Friday, November 25, 2005

dia 45. post 3

Compagno di treno [D'este viver aqui neste papel descripto - António Lobo Antunes]

dia 45. post 2

Mitos e Deuses da minha vida - op. 1

Farinha 33
A farinha dos campeões. Um sabor imemorável...

mais fiéis consumidores da dita:

"José Peseiro é de boa boca, mas há algo que o leva a fazer quase tudo. Não, não se pense em qualquer prato tradicional, mas sim "Farinha 33", um alimento para crianças mas que continua a cativar alguns adultos . "Quando ele era miúdo fazia panelas enormes. Comia metade e depois vinha a correr da escola para comer a outra metade", conta. Nem a mudança para Madrid mudou os hábitos do técnico. A mulher dele chegou a ligar-me para pedir a receita, mas acabou por não ficar a mesma coisa, porque não sei medidas concretas. É tudo a olho e fica sempre bom. Pelo menos ele gosta muito", graceja."

"A farinha 33, ao pequeno-almoço, e o chá preto, ao deitar. As saídas em busca da melhor terra, para pôr no jardim, e as claras em castelo, batidas numa travessa, com um garfo.As memórias, essas, acompanham-me sempre. E, com elas, a minha avó."

dia 45. post 1

Plat du jour

[Réminiscences de Don Juan, 1841 - Ferenc Liszt]

"Réminiscences de Don Juan (S/G418) is an operatic fantasy by Franz Liszt on themes from Don Giovanni by Mozart. Liszt wrote the work in 1841 and published a two-piano version (S/G656) in 1877. The two-piano version is very similar to the original in form.
The work begins with music sung by the Commandatore, from the graveyard scene where he threatens Don Giovanni ("Di rider finirai pria dell aurora! Ribaldo audace! Lascia a' morti la pace!"—Your laughter will not last, even till morning. Remember, that the dead still remember!) and from the finale where he condemns Don Giovanni to hell. The love duet of Don Giovanni and Zerlina follows ("La ci darem la mano"), along with two variations on this theme. An extended fantasy on the champagne aria ("Fin ch'han dal vino") follows, and finally the Commandatore's threat is to conclude the work."
[Wikipedia]

Thursday, November 24, 2005

dia 44. post 2

poesia postale
.
"...verrà la minigonna e avrà i tuoi ginocchi."
(un ommagio a Cesare Pavese)

dia 44. post 1

Verrà la morte e avrà i tuoi occhi

Verrà la morte e avrà i tuoi occhi-
questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,
un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla

Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.

[Verrà la morte e avrà i tuoi occhi, 1951 - Cesare Pavese]

Wednesday, November 23, 2005

dia 43. post 2

L'arte imita se stessa
.
[Sposalizio (Deuxième année de pèlerinage, Italie) - Ferenc Liszt]

dia 43. post 1

plat du jour
[Sposalizio, 1504 - Raffaello]

Friday, November 18, 2005

dia 42. post 1

[The virgin, 1913 - Gustav Klimt]

hoje sonhei com este quadro. De cores fortes, muito pormenorizado e principalmente, muito nítido (o sonho... e o quadro também)
Mas a coisa melhor (para além da moldura sublime, um verdadeiro hino à intemporalidade!) era que o quadro era meu. Estava comigo, oferecido por um amigo insuspeitado.
E, num universo lento de bola de sabão, naquele canto inaproveitado da minha nova casa, entre estuques caídos e móveis sanitários gastos e apodrecidos, eu ficava sentada, no chão frio, costas direitas contra a parede baixa, a contemplar.
Perdida em sonhos dentro de um.

Thursday, November 10, 2005

dia 41. post 2

nem queria acreditar quando li isto:

«Antes de me ir deitar, oiço o "Ne me quittes pas" cantado num francês conceptual, muito bonito, aristocrático, distante e afectuoso, por Nina Simone (conselho amável de irmão mais velho que já me apressei a agradecer por mail).»

e mais isto:

por sugestão indirecta no Impensável, quis ouvir também Ne me quittes pas, de Jacques Brel, cantado por Nina Simone. Muito bonito.

francês conceptual??! O que raio é um francês conceptual, cantado por uma americana?!!

Olhem, sabem que mais:

o que eu acho é isto, mas ainda bem que há quem pense diferente.

Como dizia o meu paizinho: se as pessoas gostassem todas do mesmo, a feira do livro só tinha uma banca. E isso, convenhamos, não tinha lá grande piada.

dia 41. post 1


no final de um longo dia de trabalho, as pessoas trazem do emprego as mais variadas coisas: stress, sucessos, fracassos, cansaço, raiva, alegria.
Eu devo ser a única que traz salsa, cidreira e salvia.

Wednesday, November 09, 2005

dia 40. post 1

13.72.4.178
o mais silencioso dos leitores fiéis.

Tuesday, November 08, 2005

dia 39. post 2

dia 39.post 1

memorial de uma viagem
Chico César nas estradas marroquinas. Uma memória intensa renascida por um CD agarrado ao acaso da estante.

Monday, November 07, 2005

dia 38. post 2

Il suonatore di Violoncello
[Il suonatore di Violoncello, 1909 - Amadeo Modigliani]

dia 38. post 1

Il suonatore di Violoncello
Ele tocava sempre de olhos fechados. conhecia o violoncelo de cor, a textura, a sensibilidade certa com que pressionar cada corda, as curvas macias, delicadas, frias somente ao tacto.
.
Mas ele também ouvia música de olhos fechados e palmilhava a cidade de olhos fechados e amava de olhos fechados e aparava primorosamente a barba todos os dias de manhã. De olhos fechados. Porque o mundo dele era o mundo dos sentidos depreciados. O mundo dos sons, das texturas, dos odores, dos instintos.
.
Ele gostava do seu mundo porque os olhos eram um presente envenenado que Deus tinha dado aos homens. Porque deturpava mais do que esclarecia e escravizava e enredava mais do que libertava.
Os homens diziam-lhe que ele não sabia o que era o céu. Que o céu era lindo e azul e às vezes cinzento e negro e que ele não podia nunca compreender o que isso era.
Mas ele sabia muito bem o que era o céu. O céu era a música e o vento nas narinas e o calor nos dias quentes e o molhado nos cabelos, o barulho dos trovões.
O céu era isso mesmo e ele sabia que o azul e o cinzento e o negro e todas aquelas palavras estéreis eram só uma inútil distração.