dia 16. post 1
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também eu não gostava de Mozart. Dos 11 aos 17 anos, como convém a qualquer adolescente que se preze. E nem sequer era um "não gostar" passivo, unido à indiferença. Eu era convicta e activamente contra a música dele e enchia-me de fôlego para proclamar a quem quisesse ouvir (e a quem não quisesse também!) todos os devidos insultos. Comercial, superficial, imaturo, monótono...a lista seguia ao sabor da capacidade da minha caixa toráxica. Quando estava em boa foma, os insultos prolongavam-se mais, o que me deixava uma sensação final de satisfação e dever cumprido. No final dos impropérios, com um segundo fôlego - normalmente já perante o olhar esgazeado de choque e incredulidade do ouvinte - ainda acrescentava que a única coisa realmente decente que ele tinha feito a vida toda era o Requiem e que mesmo isso não era na totalidade criação sua, o que mais uma vez provava o meu ponto.
Entretanto passou-me, reconciliei-me com o "génio" e ainda criei uma teoria (não formalizada nem devidamente patenteada) sobre o assunto. Quando decidir se eu própria acredito nela, talvez vos tente vendê-la a vocês. Até lá, vou reflectindo sobre o assunto...
também eu não gostava de Mozart. Dos 11 aos 17 anos, como convém a qualquer adolescente que se preze. E nem sequer era um "não gostar" passivo, unido à indiferença. Eu era convicta e activamente contra a música dele e enchia-me de fôlego para proclamar a quem quisesse ouvir (e a quem não quisesse também!) todos os devidos insultos. Comercial, superficial, imaturo, monótono...a lista seguia ao sabor da capacidade da minha caixa toráxica. Quando estava em boa foma, os insultos prolongavam-se mais, o que me deixava uma sensação final de satisfação e dever cumprido. No final dos impropérios, com um segundo fôlego - normalmente já perante o olhar esgazeado de choque e incredulidade do ouvinte - ainda acrescentava que a única coisa realmente decente que ele tinha feito a vida toda era o Requiem e que mesmo isso não era na totalidade criação sua, o que mais uma vez provava o meu ponto.
Entretanto passou-me, reconciliei-me com o "génio" e ainda criei uma teoria (não formalizada nem devidamente patenteada) sobre o assunto. Quando decidir se eu própria acredito nela, talvez vos tente vendê-la a vocês. Até lá, vou reflectindo sobre o assunto...